esperar que voltes é tão inútil como o
sorriso escancarado dos mortos na necrologia dos jornais
e no entanto de cada vez que
a noite se rasga em barulhos e
um telefone se debruça de
uma qualquer janela
sinto que ainda ficou uma
palavra minha esquecida na
tua boca e que
vais voltar
para
a
devolver
se as palavras tivessem facas e me cortassem os lábios, a língua, as mãos, ao tentar segurá-las na boca,
e se as facas, afiadas, ao dilacerar a carne, escondessem a dor dentro das palavras,
então eu escreveria
31.8.15
27.8.15
26.8.15
24.8.15
23.8.15
El amor es un orgasmo entre dos lágrimas
La lágrima es un lago rodeado de estertores
El estertor es un volcán de viento
El viento es la forma en las esquinas
La esquina de la boca es un misterio
La boca es un espacio antes de que el pecho
El pecho es otro abismo entre dos sangres
La sangre es el motor que alimenta el acto
El acto es una danza contra el tiempo
El tiempo es el espacio que las medidas no prenumerados
(...)
***
O amor é um orgasmo entre duas lágrimas
A lágrima é um lago rodeado de estertores
O estertor é um vulcão de vento
O vento é o caminho dos cantos
O canto é um mistério da boca
A boca é um abismo antes do peito
O peito é outro abismo entre dois sangues
O sangue é o motor que nutre o ato
O ato é uma dança contra o tempo
O tempo é o que mede espaços até então não numerados
(...)
[trad. Thiago de Mello]
La lágrima es un lago rodeado de estertores
El estertor es un volcán de viento
El viento es la forma en las esquinas
La esquina de la boca es un misterio
La boca es un espacio antes de que el pecho
El pecho es otro abismo entre dos sangres
La sangre es el motor que alimenta el acto
El acto es una danza contra el tiempo
El tiempo es el espacio que las medidas no prenumerados
(...)
***
O amor é um orgasmo entre duas lágrimas
A lágrima é um lago rodeado de estertores
O estertor é um vulcão de vento
O vento é o caminho dos cantos
O canto é um mistério da boca
A boca é um abismo antes do peito
O peito é outro abismo entre dois sangues
O sangue é o motor que nutre o ato
O ato é uma dança contra o tempo
O tempo é o que mede espaços até então não numerados
(...)
[trad. Thiago de Mello]
22.8.15
21.8.15
20.8.15
19.8.15
18.8.15
17.8.15
16.8.15
15.8.15
14.8.15
não procuro maiorias, grupos, tendências, cadeiras de encosto, nem encosto de cadeiras, lugares-comuns ou massivamente incomuns. o sabor da possibilidade de um pensamento individual - um ciclo completo da ideia, pelo menos - é intenso e maduro, como gosto. o contrário seria fingir-me na realidade dos outros, tantas vezes construída com propósitos antagónicos aos meus, e isso - o tempo ensina - de nada me serve. prefiro /des/construir o vazio /? existirá o vazio?/ a aplaudir o oco, em frente à plateia.
13.8.15
[final do prólogo do autor/dedicatória]
O que foi, torna a ser. O que é, perde existência.
O palpável é nada. O nada assume essência.
[Fausto, traduzido por António Feliciano de Castilho]
..../?/....
O que possuo dilui‑se na distância,
E o que fugira ganha forma e substância.
[Fausto, traduzido por João Barrento]
O que foi, torna a ser. O que é, perde existência.
O palpável é nada. O nada assume essência.
[Fausto, traduzido por António Feliciano de Castilho]
..../?/....
O que possuo dilui‑se na distância,
E o que fugira ganha forma e substância.
[Fausto, traduzido por João Barrento]
11.8.15
Se existisses, serias tu,
talvez um pouco menos exacta,
mas a mesma existência, o mesmo nome, a mesma morada.
Atrás de ti haveria
as mesmas palmeiras, e eu estaria
sentado a teu lado como numa fotografia.
Entretanto dobrar-se-ia o mundo
(o teu mundo: o teu destino, a tua idade)
entre ser e possibilidade,
e eu permaneceria acordado
e em prosa, habitando-te como uma casa
ou uma memória.
talvez um pouco menos exacta,
mas a mesma existência, o mesmo nome, a mesma morada.
Atrás de ti haveria
as mesmas palmeiras, e eu estaria
sentado a teu lado como numa fotografia.
Entretanto dobrar-se-ia o mundo
(o teu mundo: o teu destino, a tua idade)
entre ser e possibilidade,
e eu permaneceria acordado
e em prosa, habitando-te como uma casa
ou uma memória.
[Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança]
houve um tempo em que enganava o desespero do corpo, mantendo-o adormecido. de tanto dormir, longe da claridade que queima, a dor foi-se anestesiando. é o que tento agora, embalar o corpo, para que durma, mas o corpo, cansado de mim, já não se deixa enganar. a tristeza que lhe roubo ao anoitecer, devolve-ma em madrugadas brancas de facas afiadas. algures, perdi a habilidade com as palavras, perdi a vontade. todos os gritos são mudos.
10.8.15
venho aqui deixar paus, pedras, regatos verdes de agriões e pequenas rãs, poças de água, pinheiros velhos, silvados e amoras, restolhos rentes que já foram mar, uma serra onde pertenço. velhas fotografias. pele, flores, brisas, beijos. tesouros que guardo nas memórias que /des/construo. fugi de mim e agora não sei/.../ húmus. árvores. cavernas. morcegos. escuridão. uivos. lamentos.
não voltarei à alcateia. já não existe/o/.
9.8.15
8.8.15
7.8.15
6.8.15
5.8.15
3.8.15
2.8.15
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